"Para bem conhecer a natureza dos povos, é necessário ser príncipe, e para bem conhecer a dos príncipes, é necessário pertencer ao povo."


domingo, 30 de outubro de 2011

REFLEXÃO...Liberdade...


Liberdade, em filosofia, designa de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.

Vejamos o que pensam alguns filósofos sobre este conceito:
Para Spinoza, ser livre é fazer o que segue necessariamente da natureza do agente. Ou seja, fazer o que der na "telha". Sartre, compreende que o homem é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo. Para Ele,  a liberdade é a condição ontológica do ser humano. Entretanto, o pensamento de um certo filósofo socialista me chamou a atenção, Karl Marx.
Marx entende a liberdade humana como a constante criação prática pelos indivíduos de circunstâncias objetivas nas quais despontam suas faculdades, sentidos e aptidões (artísticas, teóricas, políticas...). Para ele, a liberdade humana só pode ser encontrada de fato pelos indivíduos na produção prática das suas próprias condições materiais de existência. Desse modo, se os indivíduos são privados de suas próprias condições materiais de existência, isto é, se suas condições objetivas de existência são propriedade privada (de outra pessoa, portanto), não há verdadeira liberdade.
Sob o domínio do capital, a manifestação prática da vida humana, a atividade produtiva, se torna coerção; as faculdades, habilidades e aptidões humanas se tornam mercadoria, que são vendidas no mercado de trabalho, e a vida humana se reduz à mera sobrevivência.

Reflitamos caros amigos: até que ponto somos livres para pensar, decidir, falar, lutar, trabalhar, viver?
Como viver a liberdade inerente do ser humano, como define Sartre, se tudo que eu preciso para exercê-la na prática depende do outro? Corroborando Marx, como um ser humano pode ser livre se suas condições práticas de existências precisam ser compradas a custas de sua força de trabalho?

Estas colocações ajudam-nos a compreender o quão dependente somos de forças outras que nem sequer percebemos. Mas que, mesmo sem a pura liberdade de fazer o que nos der vontade, devemos compreender o nosso papel no meio o qual estamos inseridos e agirmos dentro das inúmeras prissões que nos são colocadas pela sociedade capitalista cruel, buscando romper as correntes e os portões das masmorras contemporâneas.

Paz a todos.

Gleucimar de Sousa

2 comentários:

Robson Yguana disse...

grande Gleucimar textão meu caro ... obg.

Senador Sá Livre disse...

Obrigado meu caro Robson.